História do Controle Biológico

O Controle Biológico (CB) de pragas é uma técnica milenar que se originou com as civilizações antigas, que usavam plantas e animais para controlar pragas.

O primeiro uso documentado de parasitoides para controle de pragas ocorreu na China, há cerca de 2.000 anos, quando a vespa Trichogramma foi usada para controlar a broca do bambu.

Na Europa, os primeiros registros de controle biológico ocorreram no século XVIII, quando vespas foram usadas para controlar a praga das vinhas.

Desde então, muitas outras espécies de parasitoides, predadores e patógenos foram orientados em diferentes partes do mundo para controlar pragas.

No século XIX, o controle biológico começou a ser estudado de forma mais científica. Em 1888, o entomologista americano Charles V. Riley foi encarregado de encontrar uma solução para a praga do ácaro vermelho na Califórnia. Depois de estudar a praga e seus possíveis inimigos naturais, ele recomendou a importação de parasitoides do Japão. Em 1892, a vespa Ooencyrtus importada do Japão foi liberada na Califórnia, resultou em um sucesso surpreendente no controle do ácaro vermelho.

Cada um desses agentes tem características específicas e é usado de acordo com as características da praga a ser controlado.

Macrobiológicos

Os predadores são organismos que se alimentam de outros organismos, geralmente insetos. Eles podem ser usados para controlar pragas agrícolas, uma vez que se alimentam das próprias pragas, diminuindo assim a população delas. Exemplos de predadores usados no controle biológico de pragas são os Crisopídeos, Ácaros Predadores, Joaninhas entre outros.

Os parasitoides são organismos que se desenvolvem dentro de outros organismos, geralmente insetos. Eles depositam seus ovos no corpo do hospedeiro e as larvas se desenvolvem dentro dele, matando-o. Os parasitoides são usados para controlar pragas agrícolas, uma vez que causam a diminuição da população de pragas matando seus hospedeiros. Exemplos de parasitoides usados no controle biológico de pragas são as vespas parasitoides, como a Trichogramma galloi, Trichogramma pretiosum, Cotésia, Telenomus podisi, Tetrastichus howardi.

Microbiológicos

Os patógenos são organismos que causam doenças em outros organismos. Eles podem ser usados no controle biológico de pragas, infectando as pragas levando a sua mortandade. Exemplos de patógenos utilizados no controle biológico de pragas são Bacillus thuringiensis e Beauveria bassiana, Trichoderma harzianum, Metarhizium anisopliae, Isaria fumosorosea (também chamado de Cordyceps fumosorosea), nematoides entomopatogênicos.

Outros meios de Controle Biológico

Os feromônios são substâncias químicas liberadas por insetos para comunicar informações aos outros insetos da mesma espécie. Eles podem ser usados no controle biológico, atraindo insetos para armadilhas ou confundindo-os com feromônios sintéticos que os impedem de encontrar seus parceiros.

Os repelentes, algumas plantas químicas compostas que repelem ou matam insetos, tornando-se uma forma natural de controle de pragas. Essas plantas podem ser plantadas ao redor das culturas para afastar os insetos ou seus extratos podem ser usadas como inseticidas naturais.

Tipos de Controle Biológico

Controle biológico clássico

O controle biológico clássico é uma técnica que envolve a introdução de um agente biológico exótico em um novo ambiente para controlar uma praga que não tem inimigos naturais eficazes naquela região. Esta técnica tem sido utilizada há mais de um século em todo o mundo e é um dos métodos mais eficazes de controle biológico.

Controle biológico inundativo

O controle biológico inundativo envolve a liberação massiva de agentes biológicos, como insetos predadores, parasitoides ou patógenos, em uma área infestada por uma praga. O objetivo é saturar a população da praga com os inimigos naturais e reduzir drasticamente sua população.

Controle biológico conservativo

O controle biológico conservativo é uma técnica que visa preservar e fortalecer a presença de inimigos naturais em um ambiente para controlar as pragas. Essa abordagem envolve a criação de habitat adequado para os inimigos naturais, a redução do uso de pesticidas químicos e o uso de práticas agrícolas que promovem a biodiversidade. O controle biológico conservativo é considerado uma abordagem mais sustentável e de longo prazo para o controle de pragas em culturas agrícolas e florestais.

Autor: Jovenildo Carvalho (CEO e Founder da Dronefy)

Fontes:

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

DeBach, P. & Rosen, D. (1991) Controle Biológico por Inimigos Naturais. Cambridge University Press.

Van Lenteren, JC (2012) Princípios de Manejo de Pragas de Insetos. Springer Science & Business Media.

USDA (2019) Controle Biológico. Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Sánchez-Ramos, I. et al. (2020) Controle Biológico na Agricultura. In: Saúde Ambiental – Manejo de Patógenos Novos e Emergentes. Intech Open.

Van Driesche, RG et al. (2016) Controle Biológico. In: Manejo Integrado de Pragas. Elsevier.

FAO (2019) O Estado da Biodiversidade Mundial para Alimentos e Agricultura. Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

Cardé, RT, & Minks, AK (1995). Pesquisa de feromônios de insetos: novas direções. Springer Science & Business Media.

Isman, MB (2006). Inseticidas botânicos, dissuasores e repelentes na agricultura moderna e em um mundo cada vez mais regulamentado. Revisão anual de entomologia, 51, 45-66.

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